02/03/2007

No Lavra já se sobe

O ascensor do Lavra esteve fora de serviço desde o passado dia 27 de Setembro. A interrupção deveu-se à derrocada de parte do beiral de um edifício devoluto, situado no nº 6 da Calçada do Lavra, tendo os serviços de Protecção Civil Municipal determinado que fosse parcialmente demolido. Após uma interrupção de cinco meses, o centenário ascensor, o mais antigo de Lisboa, inaugurado em 1884, regressou ao trabalho esta manhã.
Reunidas as "condições de segurança indispensáveis para a (sua) circulação”, entre o Largo da Anunciada e a Travessa do Forno do Torel, ao Campo dos Mártires da Pátria, o Ascensor do Lavra retomou finalmente o seu normal funcionamento, após obras de demolição de um prédio que se encontrava em risco de derrocada e para trabalhos de reforço e contenção das fachadas, que vão ainda ser preservadas.O elevador está classificado como monumento nacional desde 2002 e a Carris considera importante que volte a ser uma opção para se conhecer a zona histórica da cidade, num momento em que os últimos dados dão conta do aumento do número de turistas que visitam Lisboa, estimando-se que tenha cerca de 280.000 utilizadores por ano1.

O regresso do ascensor é uma boa notícia para os habitantes que penosamente mudaram as suas rotinas de subida nos últimos cinco meses. Porém, o gabinete jurídico da transportadora analisa ainda a forma de a empresa vir a ser ressarcida dos custos decorrentes da paralisação e já fez chegar um pedido de indemnização ao proprietário do prédio que esteve na origem da imobilização do funicular, o qual contrapõe que, tendo suportes da Carris seguros ao prédio, não é garantido que a trepidação do elevador não tenha estado na origem da derrocada, para além de existirem outros prédios que também ameaçam o bom funcionamento do elevador2.
A empresa tem procedido à renovação da frota de autocarros, mas em relação aos “amarelinhos”, mantém apenas em circulação (por motivos turísticos?) 5 carreiras de eléctricos (os nºs 12, 15, 18, 25 e 28), 3 funiculares (ascensores da Bica, Glória e Lavra) e 1 elevador (o de Santa Justa)3.
Considerando que os ascensores e os eléctricos são fundamentais para a mobilidade e o ambiente em Lisboa, visto terem um diminuto impacto na poluição citadina, seria preferível que a empresa se preocupasse mais em planear o desenvolvimento da rede de eléctricos, acompanhada da reabertura de novas linhas e das carreiras desde há muito suspensas.
Por uma qualidade de vida mais saudável. É que a pé, para cima, ‘nem todos os santos ajudam’.

1. Fonte: Lusa Notícia SIR-8798777
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