21/01/2008

Fertilizantes vermicompostos

Revolver a terra com a mão, puxar de lá um saco imundo ao qual vêm agarrados restos de comida e pedaços de terra, mas, “se não fossem elas, este saco de plástico nunca seria reciclável. Iria para o aterro ou seria queimado”. Elas são umas minhocas vermelhas que viajaram da Califórnia até cá, e que prometem revolucionar o sistema de tratamento de lixo doméstico.
O contributo destas minhocas na transformação da matéria orgânica em composto que pode ser utilizado como fertilizante na agricultura já é conhecido. Aliás, são várias as centrais de compostagem a funcionar com esta finalidade. Mas há aqui uma outra novidade. Em vez de serem colocadas junto à matéria orgânica, as minhocas são postas no meio do lixo doméstico indiferenciado, onde se misturam com plástico, cartão, vidro e restos de comida. O resultado é duplamente vantajoso: transformam restos orgânicos em composto e ainda limpam os materiais recicláveis, retirando-lhes a parte orgânica que vem agarrada.
A grande vantagem é tornar embalagens, até agora não recicláveis por estarem sujas e contaminadas, em material que depois tem condições para ser aceite pela indústria recicladora. O exemplo aplica-se não apenas ao saco de plástico, mas também à embalagem de iogurte ou de carne que ainda traz restos orgânicos agarrados. Uma inovação que permite enviar para a reciclagem 80% dos resíduos recolhidos indiferenciadamente na casa dos portugueses.
O processo é feito à mão, pois a escala é apenas experimental. No de uma fábrica terá de ser uma máquina a fazer a separação. O salto do domínio experimental para o industrial já terá sido dado, e o potencial ambiental e de negócio que surge desta ideia simples parece não ser pouco 1.
Em Portugal existem centros de vermicompostagem, por exemplo, em Beja ou Palmela. Instruções para se realizar este procedimento estão disponíveis na Internet (e neste blogue), bem como as 5 fases de tratamento 2.

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