18/05/2008

Bio-Hortas

Mais de 700 alunos, de 17 escolas e cinco jardins-de-infância de um município vizinho de Lisboa, aderiram ao projecto ‘Bio-hortas Pedagógicas’. O objectivo é sensibilizar a comunidade escolar para as questões da agricultura biológica e dos seus atributos nutricionais, e da sustentabilidade ambiental.
Inserida no programa “Ciência divertida”, a iniciativa decorre até Junho, e tem a chancela da Câmara Municipal Cascais e do Grupo Ecológico de Cascais (GEC). A Câmara, o GEC e as escolas e jardins-de-infância da rede pública do município assinaram uma carta de compromisso que viabilizará a criação de biohortas nos espaços escolares. Segundo a carta de compromisso, compete à autarquia apoiar financeira e logisticamente o projecto num investimento global de 32.000 euros, cabendo às escolas e jardins-de-infância do concelho assegurar a implementação e a manutenção da biohorta.
Participam nesta iniciativa 22 estabelecimentos de ensino, estando no total envolvidas 37 turmas que correspondem a 784 alunos 1, com informações sobre os conceitos relativos à agricultura biológica a serem explicados ao pormenor, tirando-se dúvidas antes de se pegar na enxada e trabalhar a terra, com lições extra para se entender quais os factores que se interligam na questão da sustentabilidade ambiental. O projecto “Biohortas pedagógicas” entrou no plano curricular e o GEC trata da componente técnica para que as hortas ganhem vida num espaço da escola.
Há cinco sessões programadas com compostagem, preparação do terreno, plantação, criação de sebes e nutrição no topo da lista. “Cada uma das sessões tem metodologia própria da agricultura biológica”, com os alunos a intervir em todo o processo. A ideia é que todos os intervenientes se tornem autónomos, alunos e professores, para que consigam caminhar pelo próprio pé, ou seja, tratar das plantações e colher os seus frutos.
Tudo é feito de uma forma divertida para que os mais pequenos percebam a teoria e a coloquem em prática sem complicações, incluindo um teatro sobre plantação. Começa com a preparação da terra e a compostagem, com uma casa de minhocas que fazem terra, que produzir o composto. Na segunda sessão é explicado o que fazer para se evitar as pragas, percebendo porque não se usam químicos. As sebes são plantadas na terceira sessão e são analisados à lupa outros bichos que comem as pragas. Plantam-se vegetais e legumes de variedades à escolha. Mais tarde, colhe-se o que foi semeado e ainda há tempo para uma sessão sobre nutrição, para que os mais pequenos percebam o que faz bem à saúde.
E o que acontece ao produto final? A produção das hortas pode ser servida à mesa das cantinas das 37 turmas inscritas no projecto ou ainda vendida em mercados locais 2.
Entretanto, Lisboa continua, qual ‘bela adormecida’, alheia a estes procedimentos de sensibilização escolar ambiental.

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