27/06/2008

Lâmpadas do futuro pouco usadas em Portugal

A nova geração de lâmpadas com um consumo de energia inferior a dois watts já está a venda e, se usada nos locais adequados das habitações portuguesas, permitirá uma poupança geral de quase 5,6 milhões anuais de euros.
Embora a tecnologia das lâmpadas led ainda não permita o seu uso para iluminação mais exigente - zonas de leitura, cozinhas - uma estimativa feita pelo projecto Ecocasa da associação ambientalista Quercus calcula que, em média, a novo modelo de iluminação pode substituir quatro das lâmpadas existentes em cada habitação.
Um factor que facilita a substituição é o das novas lâmpadas já terem um casquilho idêntico às convencionais (incandescentes), pelo que basta substituir uma pela outra, sem necessidade de mais alterações.
Como a tecnologia está numa fase ainda pouco desenvolvida, a luz produzida só se adequa a zonas de passagem, como ‘halls’ ou corredores, disse uma responsável do projecto que promove o uso racional de energia, a eficiência energética e as energias renováveis no sector doméstico.
Mesmo com o reduzido leque de utilizações, alargando os cálculos ao universo habitacional português, a engenheira do ambiente sustenta que o recurso aos ‘ledes’ nos moldes adequados levaria à poupança de 47, 2 milhões de quilowatts/hora (kwh) por ano, quase a energia consumida num concelho como Bragança, com cerca de 35 mil habitantes, onde se consomem anualmente 48,5 milhões de kwh, de acordo com dados oficiais.
Traduzida em euros, esta poupança atingiria cerca de 5,6 milhões de euros anuais. Além de um consumo quase nulo - as novas lâmpadas à venda ao grande público gastam de apenas um watt ou 1,5 watt - os "ledes" têm uma duração bastante superior às lâmpadas comuns (incandescentes) e até às designadas de baixo consumo (fluorescentes compactas).
Enquanto as incandescentes têm uma vida útil de 41 dias, se permanentemente acesas, e as lâmpadas de baixo consumo conseguem ficar acesas pelo menos 13 meses ininterruptamente, há ‘ledes’ que duram mais de 27 meses consecutivamente ligados.
Questões tecnológicas ainda não ultrapassadas levam a que os ‘ledes’ de luz branca (a mais procurada) sejam os mais caros e os de menos duração.
Num hipermercado de Lisboa, em meados deste mês, encontrou-se à venda ‘ledes’ brancos por 12,99 euros, com uma duração anunciada de 6.000 horas consecutivas (50 dias) e um watt de consumo, enquanto os azuis ou vermelhos custavam apenas 5,99 euros, a que corresponde uma vida útil de 20.000 horas (dois anos e quase dois meses) e 1,5 watt.
Seguro é que os grandes fabricantes de lâmpadas não têm dúvidas em afirmar que a tecnologia ‘led’ representa o futuro da iluminação. A investigação em curso, acrescenta, pode permitir a qualquer momento ultrapassar os obstáculos que ainda não permitiram massificar o seu uso.

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