05/06/2008

Quando a Economia determina o Ambiente

O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) acusou na 4ª fª o ministro do Ambiente de dar mais valor à economia do que às áreas que tutela, considerando o parecer positivo condicionado à linha do TGV Poceirão-Caia.
“O ministro do Ambiente enganou-se na pasta e assume de dia para dia, e cada vez mais, a pasta dos seus colegas das Obras Públicas e da Economia”, refere o PEV, reagindo às declarações do ministro, que justificou a decisão favorável ao TGV com uma opção política do Governo.
Antes, o primeiro-ministro começara por revelar na 2ª fª que o concurso público para o troço da rede de alta velocidade Lisboa-Poceirão, que incluirá a terceira travessia sobre o Tejo, seria lançado “este ano”, enquadrado na prioridade de ligação à Europa. O primeiro-ministro fez este anúncio em Évora, na cerimónia de lançamento do concurso público do primeiro troço de alta velocidade Poceirão-Caia (no corredor Lisboa-Madrid), numa extensão de 167 quilómetros, que vai custar 1.450 milhões de euros.
Depois, durante uma estadia na Chamusca, o ministro do Ambiente comentara o facto de o relatório da autoridade ambiental no âmbito da Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) não ser conclusivo, por existirem danos para o ambiente nos dois troços propostos. “Seria uma tremenda decepção para o país que Portugal não pudesse ter TGV como os restantes países europeus”, mas a obra irá incluir “medidas que compensem os danos ambientais em que inevitavelmente irão ocorrer”, prometeu o governante.
Na sequência destas declarações, o PEV considera que é mais um sinal que o “Governo tem levado a cabo uma política de desacreditação total dos Estudo de Avaliação de Impacte Ambiental. Este Governo é tão agressivo na área ambiental como na área social” e “qualquer resquício de sensibilização pelas questões ambientais resultantes da passagem do primeiro-ministro pelo Ministério do Ambiente foi totalmente apagado da sua memória”, acusa ainda o PEV.

Ver Lusa doc. nº 8405808, 2008-06-04 - 18:48

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