02/06/2008

Sem controlo da lei do ruído

Os vizinhos do RIR Lisboa bem se prepararam para tapar os ouvidos, mas não há nervos que resistam a mais um barulhento festival de música que lhes limita o sono e a circulação nas suas zonas de residência.
Um dos moradores diz não ter vista para o palco principal, mas sim para a mais temida fonte de ruído: o espaço dedicado à música electrónica, que garante ser o responsável por um vidro partido durante a primeira edição do festival. Agora, quando o barulho aperta mais, põe “duas almofadas entre o vidro e a persiana, para não tremer tanto”.
De madrugada, “acorda-se e já não se volta a dormir”. E “aqui não há gente ‘gorda’, só gente que trabalha muito nas limpezas, que saem às cinco da manhã e voltam a casa à meia-noite”, acrescenta. Dos mesmos níveis de ruído se queixam os moradores que vivem nos edifícios do outro lado da Av. Gago Coutinho.
Entre os prós e contras da realização dos concertos no Parque da Bela Vista o saldo é negativo. Quatro anos depois do primeiro Festival RIR, os moradores da Flamenga continuam sem ver o tão publicitado “mundo melhor” chegar à sua porta.
Num bairro municipal gerido pela empresa municipal Gebalis, “os buracos só são tapados e as ruas só são lavadas” quando se aproximam as datas do festival, afirma outro morador, acrescentando que “as passadeiras só foram pintadas antes do primeiro Rock in Rio”, em 2004.

Ler Destak 2008-05-30, p. 4

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