29/03/2009

Localização do Museu dos Coches não foi discutida

À margem de uma visita guiada à futura Casa-Museu Júlio Pomar, em Lisboa, da qual assina o projecto arquitectónico, o arquitecto Álvaro Siza Vieira desvalorizou a polémica em torno do novo Museu dos Coches e afirmou que a discussão sobre a localização devia ter acontecido antes de se tomar uma decisão.
“Houve uma altura em que foi tomada uma decisão e aí é que ela era de discutir. Agora, passado tanto tempo, projecto feito e tudo organizado, voltar atrás não entendo”, disse o arquitecto, uma das 200 personalidades da área da Cultura que entrega esta semana ao primeiro-ministro uma carta a favor do novo projecto do Museu dos Coches.
Mas a construção de um novo Museu dos Coches é contestada pela Plataforma pelo Património Cultural e pelo Fórum Cidadania alegando que o projecto é “desnecessário e impede que as verbas respectivas sejam aplicadas em projectos culturais de verdadeiro interesse público urgente”.
“A construção de um novo Museu dos Coches não constitui de modo nenhum prioridade da política museológica nacional, possuindo mesmo um efeito devastador”, refere uma petição dos dois organismos a circular na Internet.
O novo Museu dos Coches, previsto inaugurar no final de 2010, é um projecto do arquitecto brasileiro Paulo Mendes Rocha e ficará instalado nas ex-Oficinas Gerais do Material do Exército, em Belém, onde actualmente funcionam os Serviços de Arqueologia. O edifício, que ocupará 15.177 metros quadrados, foi apresentado como “um projecto-âncora da requalificação e revitalização da Frente Tejo de Lisboa”.
O novo edifício - de linhas direitas, envidraçado do lado poente (virado para a Praça D. Afonso de Albuquerque), deverá dispor de uma área de apoio à manutenção dos coches, restaurantes e apoio ao visitante 1.
Recorda-se, no entanto, que o Grupo Municipal de “Os Verdes” apresentou, na sessão de AML de 17 de Fevereiro de 2009, uma Recomendação sobre a ‘Biblioteca de Arqueologia e Arquivo do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), a qual foi aprovada por unanimidade, e onde indicavam que a CML requeresse ao Governo “uma rápida reavaliação da situação, a fim de ser preservado aquele espólio documental, mantendo disponíveis aos investigadores e estudiosos o espólio da Biblioteca e do Arquivo do IGESPAR” 2.

1. Ver Lusa doc. nº 9481603, 26/03/2009 - 15:45
2. Ver
http://pev.am-lisboa.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=255&Itemid=36

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