03/05/2009

Juntos pela biodiversidade

A extinção das espécies, com diminuição da biodiversidade, é um problema tão grande como o das alterações climáticas. É por isso que a comunidade internacional está a juntar cientistas, tentando levar algo a mudar.
O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas [Intergovernmental Panel on Climate Change, IPCC na sigla inglesa], organismo criado pelas Nações Unidas para avaliar o risco das mudanças do clima, mostrou como é forte a influência dos cientistas de todo o mundo sobre os políticos e sobre a opinião pública quando falam a uma só voz.
Este facto ficou provado uma vez mais em 2007, quando o IPCC, cerca de 20 anos depois do seu aparecimento, partilhou o Prémio Nobel da Paz com o ex-vice-presidente dos EUA. Mas e a biodiversidade? Precisa ligar a política à ciência?
Em 2005, em Paris, o então presidente francês fazia notar, num encontro internacional, a falta de peritos científicos reconhecidos numa área tão vital como o clima. Nos últimos quatro anos a ideia ganhou força e já há um organismo quase pronto que fará a ponte entre apolítica e a ciência.
Trata-se da Plataforma Intergovernamental para os Serviços da Biodiversidade e Ecossistema [Intergovernmental Platform on Biodiversity and Ecosystem Services, IPBES na sigla inglesa], que será composta por mais de 200 cientistas de todo o mundo.
A sua missão será publicar relatórios especiais que divulguem dados recolhidos por cientistas mundialmente conceituados. O principal objectivo é revelar indicadores comuns com alcance internacional e que façam aponte entre os distantes mundos da ciência e da política para que algo seja feito, e depressa!
“Provavelmente, o IPCC e o IPBES vão trabalhar em conjunto”, afirma o investigador que lidera o projecto até que a ONU assuma oficialmente a sua direcção, lembrando que existem ligações estruturais entre a biodiversidade e as alterações climáticas. “Pensem na floresta tropical que tem imensas reservas de carbono e que é simultaneamente um dos locais do mundo com maior biodiversidade”, explica o investigador.
O IPBES vai ter certamente muito trabalho nos próximos anos... Muita esperança está depositada neste novo organismo que deve estar oficialmente em funcionamento em 2010, ano que as Nações Unidas já designaram como “Ano da Biodiversidade”.

Ver Metro 2009-04-27, p. 6 IN
http://metropoint.metro.lu/20090427_Lisbon.pdf

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