26/05/2009

“Marcha de Protesto e Luta”: Intervenção de Heloísa Apolónia


Companheiros e amigos. Não há dúvida: somos muitos, muitos mil! Em nome de “Os Verdes”, saúdo esta grande marcha da CDU, construída por cada um dos que aqui estão presentes, e construída pela urgência de mudar o estado em que este país se encontra.
Nós que andamos na rua, que falamos com as pessoas, que sabemos ouvir e interpretar, sabemos que o país está inconformado com os resultados das opções políticas que nos têm sido impostas. Nós sabemos que a maioria absolutíssima do país já não suporta os efeitos das políticas da maioria absoluta parlamentar e do Governo PS.
Os números do desemprego galopam, os que trabalham empobrecem, as micro, pequenas e médias empresas, que representam 90% do emprego, andam estranguladas, e no meio deste drama, os administradores dos grandes grupos económicos e o sector financeiro continuam a ter lucros estrondosos. Os apoios substanciais do Governo, nesta altura de crise, foram para a banca, e até os apoios que foram anunciados para pequenas e médias empresas, como o programa para instalação de painéis solares, afinal estão é a financiar meia dúzia de grupos económicos, enquanto as pequenas empresas do sector perdem negócio! Mas para onde é que este país caminha?
E repararam na proposta escandalosa, em plena crise económica e social, de aumento de 5% dos salários já exorbitantes do Governador do Banco de Portugal e de outros reguladores? Repararam que mandaram o barro à parede para ver se pegava? Repararam na audácia do patrão da Sonae que a propósito do problema que se vive na Auto-Europa acha que a exigência de respeito por quem trabalha e a garantia de direitos dos trabalhadores é uma coisa estranha? Mas para onde é que este país caminha?
São estes que têm sido beneficiados com as políticas do Governo e também com as determinações da União Europeia, é para estes que se geram todos os benefícios. É que afinal há recursos, eles são é muito mal distribuídos. É esta imoralidade que gerou angústia, que gerou revolta, que gerou uma necessidade imperiosa de mudar.
E a todos aqueles que querem contribuir para essa mudança, a CDU diz “contem connosco”, como sempre puderam contar e como sempre poderão contar.
Professores, enfermeiros, trabalhadores em geral têm demonstrado ao país, com manifestações e greves enormíssimas, que estão unidos, que não estão dispostos a sujeitar-se a tudo para servir os interesses que o nosso Governo e a União Europeia querem à força servir. O país reclama justiça, o país precisa de condições sociais, o país precisa que a defesa do ambiente seja condição do seu desenvolvimento e da defesa da saúde pública, o país precisa que, de uma vez por todas, não tomem o povo como ferramenta de fazer fortuna para os que não param de enriquecer, ainda por cima a troco de empobrecimento.
Quem mais do que a CDU tem trabalhado para esta justiça? Quem mais do que a CDU tem feito propostas para concretizar esta justiça?
Hão-de notar, no decurso da campanha eleitoral para o Parlamento Europeu, que a CDU é a única força que presta contas do trabalho realizado. Aos candidatos de outras forças só se ouve análise política e promessas para o futuro. Será um acaso? Claro que não! Hão-de reparar nos debates que houve, entre cabeças de lista, que a Ilda Figueiredo foi a única que se sustentou no trabalho que os eleitos da CDU produziram no Parlamento Europeu. Os outros ou não têm trabalho suficiente e relevante para apresentar, ou nalguns casos até preferem não falar de posições que as suas forças políticas assumiram no Parlamento Europeu.
A CDU é confiança, a CDU trabalha com lealdade e com verdade. A CDU é a força da mudança. A CDU é a convergência de esquerda. É por isso que reforçar a CDU é um pressuposto para garantir que em Portugal e na União Europeia haja vozes mais poderosas para defender os interesses do nosso país. Reforçar a CDU é garantir que esta força terá mais peso para influenciar as decisões políticas.
Este ano, todos temos consciência disso, a oportunidade de mudança bate-nos à porta com três actos eleitorais. O primeiro é já no próximo dia 7 de Junho. É a primeira oportunidade de dizer aos causadores deste estado de coisas, quer na Europa, quer em Portugal, que não queremos continuar neste rumo. É a oportunidade de tomar cada voto como um contributo para a mudança, assim como se cada voto dissesse “Não! Vocês não vão ter oportunidade de nos prejudicar mais!” É a oportunidade para escolher aqueles que verdadeiramente têm provado, com o seu trabalho, que actuam em benefício do desenvolvimento, da cooperação, da solidariedade, da paz, da qualidade de vida, do bem-estar da sociedade. É a vez de dar mais força à CDU.
Nos próximos actos eleitorais, ou é mais do mesmo, ou é a CDU! Nós fazemos a diferença. É por tudo isto que esta seria, como foi, inevitavelmente uma grandiosa marcha.
Viva a Coligação Democrática Unitária

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