14/04/2015

Intervenção da Deputada Municipal do PEV Cláudia Madeira sobre a Informação Escrita do Presidente da CML


Assembleia Municipal de Lisboa de 14 de Abril de 2015

Sobre a Informação Escrita do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, referente ao período de 1 de Fevereiro a 31 de Março destacamos alguns aspectos:

- Na introdução, logo na primeira página deste relatório, o executivo refere a reorganização dos serviços municipais, dizendo que após um trabalho interno de avaliação dos primeiros meses de implementação da Reforma Administrativa de Lisboa, foram definidas novas alterações.

O vocabulário quando a CML fala desta reorganização é sempre o mesmo: adaptar, reforçar, requalificar, etc., mas a realidade mostra-nos um cenário bem diferente.

Este é o segundo processo de reorganização de serviços, quando ainda estamos perante algumas desarticulações e desequilíbrios resultantes do primeiro processo. Assim, e uma vez que o próprio Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa deu um parecer negativo a este processo, gostaríamos de saber o que está a Câmara a fazer de diferente para que não sejam cometidos os mesmos erros.

Gostaríamos também de saber concretamente o que quer dizer o executivo quando fala em preparar a transição para os serviços municipalizados da higiene urbana. Que impactos terá esta alteração?

Que impactos haverá também por se passar para a EGEAC todos os museus municipais? E os refeitórios e creches para os Serviços Sociais?
Não haverá também uma sobreposição de funções e competências ao criar as cinco Brigadas Operacionais propostas nesta nova reorganização?

Parece que mais uma vez estamos perante um desmantelamento dos serviços e voltamos a reafirmar que Lisboa não pode ser o laboratório de ensaios do executivo.

Passando à situação dos trabalhadores, pode a Câmara garantir-nos que os rendimentos dos trabalhadores não diminuíram e que não há falta de equipamentos e materiais imprescindíveis?
Pode confirmar-nos se os trabalhadores acidentados estão a receber o pagamento das verbas a quem têm direito, como a lei determina?

Na página 83, na Direcção Municipal de Ambiente Urbano, há uma referência ao levantamento das necessidades de novos sinais do Regime Florestal e à vistoria e limpeza da sinalética genérica do Parque Florestal de Monsanto. Tal como «Os Verdes» já alertaram nesta Assembleia e uma vez que há também problemas relacionados com a circulação automóvel, em que a velocidade é excessiva, sendo necessárias medidas de acalmia de tráfego, havendo falta de passadeiras e de sinalética, gostaríamos de saber o que está previsto, em concreto, a autarquia fazer em relação a esta situação.

Sobre as obras de reabilitação da Calçada da Ajuda, iniciadas em Julho do ano passado, estava previsto que estas terminassem em Março. «Os Verdes» têm conhecimento de algumas denúncias sobre o receio de que a intervenção se prolongue muito mais tempo do que o previsto e sobre alguns problemas a nível de coordenação e de planeamento da obra, como por exemplo a Câmara licenciar uma obra num prédio que tem a fachada tapada por um andaime que ocupa o passeio e que, enquanto este não for retirado, a obra na rua não pode avançar.
Além disso, é também referida a falta de informação aos moradores e comerciantes.

Assim, o que pretendemos saber é se a obra já está concluída como previsto. Se não, quando estará e qual a razão para o atraso?
           
Pretendíamos também que a Câmara nos desse algumas informações sobre a intervenção efectuada no arvoredo nesta calçada, uma vez que recebemos queixas sobre cortes excessivos.

Depois, não podemos deixar de referir que, principalmente na introdução deste relatório, onde se dá destaque a alguns pontos, a grande maioria das acções são eventos na cidade que a Câmara apoia e coordena.

Perguntamos nós se, no geral, isto representou uma melhoria significativa da qualidade de vida dos habitantes de Lisboa.

Não queremos deixar de referir que, sendo esta a última informação escrita elaborada pelo então Presidente António Costa, muitos problemas básicos ficaram por resolver, situações fundamentais para melhorar a qualidade de vida na cidade.

É verdade que não chegámos ao fim do mandato, mas também é verdade que, se apenas houver uma mudança de rostos, e as políticas seguidas foram exactamente as mesmas, chegaremos ao fim deste mandato com muitos dos problemas que afectam as pessoas no seu dia-a-dia ainda por resolver.

Cláudia Madeira
Grupo Municipal de “Os Verdes

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