Por diversas vezes, entre 2007 e 2012, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou várias recomendações apresentadas pelo Grupo Municipal do Partido Ecologista “Os Verdes” para que a CML procedesse às necessárias diligências conducentes à reactivação do percurso do eléctrico 24, entre o Cais do Sodré e Campolide.
No início de 2014, a CML chegou mesmo a anunciar à comunicação social a reabilitação do Largo Rafael Bordalo Pinheiro de modo a facilitar a reposição da referida carreira. Porém, na semana passada a Carris veio esclarecer não ter intenções em reactivar o percurso do eléctrico 24, contrariando assim as intenções do Município.
A carreira do eléctrico nº 24, que deixara ‘provisoriamente’ de circular em Agosto de 1996, permitiria hoje estabelecer ligações às linhas Verde (Cais do Sodré) e Amarela (Rato) do Metropolitano, com vantagens para a melhoria da mobilidade na cidade, o seu papel ambiental, assim como o seu grande potencial para o desenvolvimento do turismo em Lisboa.
Neste sentido, “Os Verdes” requereram hoje que o executivo clarifique quais as diligências que a CML entretanto promoveu junto da Carris para que seja implementada a reposição da carreira do eléctrico nº 24, como aprovado na AML, de forma a melhorar a mobilidade na cidade e a promover a articulação com outros interfaces intermodais. “Os Verdes” requereram ainda cópia dos protocolos assinados entre a Carris e a CML para a reactivação das linhas de eléctrico.
REQUERIMENTO
A carreira de eléctrico nº 24, que ligava o Cais do Sodré a Campolide, encerrou ‘provisoriamente’ à circulação em Agosto de 1996, para viabilizar a construção de um parque de estacionamento na Avenida Conselheiro Fernando de Sousa. Depois, em Novembro de 1997, terá sido rubricado um protocolo entre a CML e a Carris com a promessa da sua reactivação parcial agendada para 1998, pelo menos para o percurso entre Campolide e o Largo do Carmo, o qual, segundo a própria Carris, apenas aguardava pela conclusão das obras no passadiço do Elevador de Santa Justa, o que acabaria por não acontecer.
Entretanto, em 2007, a Assembleia Municipal aprovou, por unanimidade, recomendar à CML para que “Inicie os procedimentos necessários à reabertura, a curto prazo, da linha de eléctrico nº 24, de Campolide ao Largo do Carmo, incluindo a sua extensão ao Cais-do-Sodré”. Em 2011, voltou a aprovar recomendar à CML para que “Interceda junto da Carris para que esta proceda à reposição das carreiras de eléctrico desactivadas, nomeadamente da Carreira nº 24 entre o Cais do Sodré e Campolide”. Em 2012, voltou de novo a aprovar recomendar à CML para que “Interceda junto da Carris para que esta proceda à reposição das carreiras de eléctrico desactivadas, nomeadamente da Carreira nº 24 entre o Cais do Sodré e Campolide”.
Em Fevereiro de 2014, a reposição da referida carreira chegou a ser anunciada pelo sr. vereador do Urbanismo aos órgãos de comunicação social como um dos potenciais atractivos associados à total reabilitação do Largo Rafael Bordalo Pinheiro. Essa reposição teria ainda como vantagem a ligação às linhas Verde (Cais do Sodré) e Amarela (Rato) do Metropolitano. Porém, já este mês, e de acordo com uma nota escrita recentemente enviada pela empresa a um órgão de comunicação social, a Carris continua sem prever a reactivação da referida carreira 24 do eléctrico.
Ora, passados todos estes anos, o Grupo Municipal de “Os Verdes” desconhece qual o diálogo entretanto estabelecido entre a CML e a Carris, bem como qual o resultado efectivo dessas iniciativas.
Assim, ao abrigo da alínea g) do art. 15º do Regimento da Assembleia Municipal de Lisboa, vimos por este meio requerer a V. Exª se digne diligenciar no sentido de nos ser facultada a seguinte informação:
1. Reconhece a CML a importância das carreiras de eléctrico da Carris para a melhoria da mobilidade na cidade, o seu papel ambiental, assim como o seu grande potencial para o desenvolvimento do turismo em Lisboa?
2. Que diligências promoveu a CML junto da Carris no sentido de ser estudada a implementação e reposição da carreira do eléctrico nº 24, de forma a melhorar a mobilidade na cidade e a articular as carreiras de eléctrico com outros interfaces intermodais?
3. Requer-se ainda, nos termos regimentais aplicáveis, que nos seja igualmente facultada cópia dosprotocolos assinados entre a Carris e a CML para a reactivação de linhas de eléctrico, designadamente o datado de 20 de Novembro de 1997, que incluía a reposição da carreira 24, e as justificações da empresa aos pedidos dirigidos pelo município.
Solicita-se aos órgãos de comunicação social que procedam à divulgação deste comunicado.
Gabinete de Imprensa do Grupo Municipal de Lisboa de “Os Verdes”.
Lisboa, 7 de Abril de 2015
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